Criança de dois anos foi assinada em Tabira / Foto: Divulgação.
A Polícia Civil de Pernambuco, divulgou nesta segunda-feira (17), que concluiu as investigações sobre a morte de Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, no município de Tabira, Sertão do Estado, que ocorreu no dia 16 de fevereiro deste ano. O inquérito policial foi concluído com indiciamento de Giselda da Silva Andrade e Antônio Lopes, que eram responsáveis por cuidar da vítima na ausência da mãe.
Com a conclusão das investigações, o Inquérito Policial foi remetido ao Ministério Público de Pernambuco. O g1 questionou a polícia sobre a causa da morta da criança que foi encontrada na época do crime com diversos ferimentos no corpo. Sobre esse assunto, a nota diz que:
"Sobre o laudo pericial, esse é um documento que faz parte do processo de investigação e é anexado ao inquérito. Essas informações não são divulgadas pela Secretaria de Defesa Social".
Confira o que se sabe e o que falta esclarecer
sobre o crime:
- Quem são os suspeitos?
- Como foi a prisão?
- Para onde a suspeita foi levada?
- A mãe teve participação no crime?
- O que diz a SDS sobre o linchamento?
- Qual a motivação do crime?
- Como foi a abordagem da polícia?
Quem são os suspeitos?
Casal suspeito de ter assassinado a criança de 2 anos em Tabira / Foto: Cortesia.
Os suspeitos
de terem cometido o crime são um casal que era responsável por cuidar da
criança, disse a Polícia Civil. Segundo a delegada Joedna Soares, Arthur ramos
ficava sob os cuidados de Antonio Lopes Severo, conhecido por “Frajola”, e
Giselda da Silva Andrade.
Ainda de acordo com a delegada, ambos tinham
passagem pela polícia e já haviam sido presos por envolvimento em crimes como
tráfico e homicídio.
Como foi a prisão?
Após cometer o crime, a dupla fugiu da cidade e foi
localizada em Carnaíba, outro município do Sertão a 40 km de Tabira, local onde
o crime ocorreu. Na noite da terça-feira 18 de fevereiro, durante uma ação das
polícias Civil e Militar, ambos foram presos na zona rural.
Enquanto eram
conduzidos para a delegacia de Tabira, moradores revoltados com o crime se
reuniram no trajeto e conseguiram tirar Antonio de dentro de uma das viaturas.
O homem foi linchado no meio da rua por diversas pessoas.
De acordo com a polícia, ele foi levado para um
hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Giselda foi
levada para a delegacia.
Para onde a mulher foi levada?
Giselda foi levada para a delegacia de Afogados da
Ingazeira, no Sertão, há 22 km de Tabira. Ela passou por audiência de custódia
e foi encaminhada para um presídio. O local onde ela está presa não foi
divulgado pela Polícia Civil.
A mãe teve participação no crime?
Nas redes sociais, Geovana Ramos, a mãe da criança, fez postagens afirmando que estava viajando a trabalho e que não sabia que o casal agredia o filho. Ao g1, a delegada Joedna disse que a mãe da criança não tem participação no crime porque estava em outro estado.
"Eu não abandonei meu filho, eu estava trabalhando...Eu errei em confiar nessas 'almas sebosas'. Eu tenho provas de que estava em busca do sustento para o meu filho. A culpa é deles e não minha, pelo amor de Deus, eu não tenho mais cabeça para ler comentários negativos”, afirmou Geovana nas redes sociais.
Geovanna (mãe) e Artur (filho) / Foto: Divulgação.
O que diz a SDS sobre o
linchamento?
A Secretaria de Defesa Social
de Pernambuco disse que a Corregedoria Geral tomou conhecimento da ocorrência
de linchamento. Um inquérito foi instaurado para uma investigação preliminar
para apurar a conduta dos policiais.
Qual a motivação do crime?
A Polícia Civil ainda não
informou qual foi a motivação do crime. Ele foi registrado na Delegacia de
Tabira como violência doméstica e familiar.
Como foi a abordagem da
polícia?
Durante a audiência de Custódia na quarta-feira (19), Giselda disse que foi vítima de violência policial durante a prisão. Por meio de nota, o TJPE disse que quando esse tipo de situação ocorre, o juiz plantonista tem por obrigação encaminhar o relato para a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social das Polícias Militar ou/e Civil, para que seja apurado o fato.
FONTE: G1 CARUARU.