Publicada em 20/04/2017 às 09h05.
Projeto conhecido como “Cura gay” gera nova polêmica na Alepe
Evangélicos agitaram Casa, durante encontro com Conselho Regional de Psicologia, que proíbe atuação de profissionais na orientação sexual.
Foto: reprodução da internet

A audiência pública na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última quarta-feira (19), com o Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-PE) para debater o projeto de lei, que ficou conhecido como “Cura Gay”, do deputado federal Pastor Eurico (PHS-PE), teve reverberação no plenário da Casa. O projeto visa sustar a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe a atuação do psicólogo em relação à orientação sexual.

Na tribuna, o deputado estadual Cleiton Collins (PP) disse que foi alvo de “intolerância religiosa” e criticou a condução do colegiado pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que estava ausente no momento da crítica. O pepista afirmou que o profissional de Psicologia tinha de ter liberdade para atuar porque “pessoas precisam de ajuda” e cobrou audiência com Pastor Eurico. “Não sei qual é a farofa que o deputado Edilson quer fazer daquela comissão. Quer jogar essa Casa contra o povo. A bancada evangélica não vai aceitar isso”.

Um dos presentes na audiência pública chamou a atenção para a laicidade do Estado e sugeriu que se retirasse o crucifixo afixado na parede do plenário. Diversos deputados evangélicos fizeram apartes, corroborando a crítica de Collins. O deputado estadual Adalto Santos (PSB) reclamou do que considerou uma falta de respeito da pessoa que pediu para que se retirasse o crucifixo do plenário. “Nem a Deus respeitam mais”, disse.

Também em aparte, o deputado estadual Ossésio Silva (PRB) cobrou respeito. “Nós, como bancada evangélica, defendemos a todos. E acho também uma falta de respeito grande, uma vez que nosso País é uma nação laica”, disse.

O tema uniu adversários : o líder do governo, deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB), e o presidente da Comissão de Cidadania, Edilson Silva, que é oposição. Ao se defender das críticas de Collins, Edilson afirmou que o pastor não está acostumado a participar de audiências em que não é maioria.

Isaltino, por sua vez, propôs voto de protesto contra o projeto de Eurico. “Todos os profissionais regulamentados têm direitos e obrigações. O fundo dessa questão é a religião, e não a busca do convívio harmônico entre os cidadãos. Só que fomos eleitos para representar o povo brasileiro, e não uma fé”.

Folha PE
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