Em Pernambuco, uma média de 72% dos recém-nascidos faz o Teste do Pezinho, percentual que aumentou em relação a 2007, que tinha uma cobertura de 55%. Mesmo assim, 28% dos recém-nascidos ainda não chegam aos serviços de saúde para fazer o teste. O Ministério da Saúde preconiza que o ideal é uma cobertura acima de 90%. Outra questão é que apenas 20% das crianças chegam aos serviços no período ideal, entre o 3º e o 5º dia de vida.
O exame deve ser feito nos primeiros dias de vida, mais exatamente entre o 3º (72 horas completas) e o 5º dia após o nascimento, Nesta terça-feira (6) é celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho e o Ministério da Saúde aproveita para reforçar a importância do exame. Ele é capaz de indicar a existência de doenças genéticas, endocrinológicas e metabólicas que não apresentam evidências clínicas no nascimento.
O procedimento é simples: por meio de uma punção no calcanhar, são retiradas algumas gotas de sangue, que são aplicadas em um papel-filtro, encaminhado, em seguida, para análise no Laboratório Central de Pernambuco (Lacen). A partir disso, é possível diagnosticar, precocemente, quatro doenças que, se não tratadas, podem deixar sérias sequelas nos meninos e meninas. São elas: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística e Doença Falciforme e Outras Hemoglobinopatias.
Atualmente, a Rede de coleta do teste do pezinho possui 220 pontos ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) espalhados por 183 municípios pernambucanos (99,45%). Apenas Paudalho ainda não possui ponto de coleta, que está sendo estruturado. Em 2016, mais de 2,3 milhões de recém-nascidos fizeram o Teste do Pezinho em todo o país.
“Essa triagem serve para fazer a detecção precoce de doenças. O ideal é diagnosticá-las na fase pré-sintomática para que se possa fazer o tratamento e minimizar os danos à criança”, disse a pediatra e neonatologista do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Silvana Salgado Nader.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o Teste do Pezinho para seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. Os testes feitos pelo SUS cobrem 76,91% dos nascidos vivos no Brasil. Em 2016, foram realizados 8.794.291 exames para identificar as doenças, a um custo de R$ 94,2 milhões.
O Ministério da Saúde ressalta que o SUS também garante atendimento com médicos especialistas para as seis doenças, tratamento adequado e o acompanhamento da criança com a doença por toda a vida nos serviços de referência em triagem neonatal existentes em todos os estados.
Desde 1992, o Teste do Pezinho se tornou obrigatório em todo o território nacional e hoje está previsto no Programa Nacional de Triagem Neonatal, adotado pelo Ministério da Saúde desde 2011. Pelo programa, o SUS disponibiliza acesso universal e integral às triagens, conhecidas como Teste do Pezinho, da Orelhinha, do Olhinho, da Linguinha e do Coraçãozinho.
JC