Há dois meses Raquel Daniele Ferreira, de seis anos, utiliza um medicamento à base de canabidiol como tratamento da Síndrome de West. A menina mora com a família em Jupi, no Agreste de Pernambuco, e já chegou a ter 137 convulsões em 12 dias e 30 espasmos em 24 horas. Mas, após o uso do remédio, ela teve cinco crises em dois meses. "Saber que existia uma medicação que poderia trazer o alívio à minha filha foi a maior alegria que eu tive", diz a autônoma Ivanise Ferreira, mãe da menina.
"Antes eu morava num sítio, mas por causa da doença da minha filha, aluguei uma casa em Jupi para facilitar o tratamento dela. Os familiares me ajudam bastante a cuidar dela. O remédio nos trouxe um alívio muito grande. Quando um filho sofre, a mãe sofre junto. Mas agora eu não sofro mais. Para as mães com os filhos na mesma situação que a minha, eu digo que é necessário ter força, fé em Deus e nunca pensar em desistir", ressalta Ivanise.
Raquel começou a apresentar os sintomas da síndrome com três meses de vida. A mãe a levou para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), em Recife, onde a menina iniciou o tratamento. "Eu não tive problemas no parto. Raquel parecia um bebê saudável, mas ela foi diagnosticada com essa doença. Ela também tem autismo", conta a mãe.
Hoje a menina é acompanhada pelo neuropediatra Milton Garcia, que falou do medicamento à base de canabidiol para a mãe de Raquel. Após saber da existência do remédio, Ivanise Ferreira disse que iria "buscar o medicamento em qualquer lugar para ver a filha bem".
A autônoma procurou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) depois de ter a documentação que comprova a doença de Raquel para obter a autorização para a compra do remédio. "Depois eu fui até o MPF [Ministério Público Federal] para que o governo do estado custeasse o canabidiol", explica.
FONTE: G1 Caruaru.