Muitos eram os elementos que poderiam interferir diretamente em dar vantagens ao Santa Cruz diante do Campinense, nesta noite, no primeiro duelo da final da Copa do Nordeste. Compõem tal lista o fato de este confronto ter sido protagonizado no estádio do Arruda, além da boa fase tricolor – que não perdia há sete jogos -, e as mais de 40 mil vozes ouvidas das arquibancadas.

Mas nenhum desses aspectos pareceu surtir algum efeito nos adversários de Campina Grande. Pior: o futebol jogado pela equipe coral era o que mais parecia intimidado. E como surpreendeu a postura do Campinense. A cada minuto jogado no primeiro tempo, os jogadores da equipe paraibana davam provas de que não haveria adversário melhor ao Santa Cruz, nesta decisão.

Eles estavam cientes de que um gol, nesta fase de mata-mata da competição, seria uma vantagem considerável para o jogo da volta. E chances existiram. Mas, nem a Raposa era tão perfeita, e nem os tricolores tão apáticos. Foi aí que a estrela do atacante Grafite apareceu.

É bem verdade que a falha na saída do gol de Gledson, aos 29 minutos, contribuiu – e muito – para o tento do camisa 23. Mas a sua presença de área, e finalização certeira, foram suficientes para o 1x0 no placar. Até aquele momento, muito já havia acontecido no jogo. Houve até substituição da arbitragem, após o baiano Arilson Bispo da Anunciação se contundir.

O pernambucano Nielson Nogueira Dias, então quarto árbitro, foi acionado. Mas depois do gol, a melhora do futebol tricolor foi evidente. Mas o Campinense continuou supreendendo. Os paraibanos se mostravam frios diante de um cenário pouco amistoso a sua volta. Parecia que o placar permanecia no 0x0.

Mas a vantagem era tricolor. E ao Santa Cruz coube esperar o Campinense, que necessitava do gol. Espaços foram dados pelos paraibanos – incrivelmente frios.

Até que aos 26 minutos do segundo tempo, Tiago Sala foi o responsável por aproveitar uma cobrança de escanteio, e igualar o marcador. Silêncio no Arruda, e a total sensação de que os gols perdidos por Lelê poderiam, se convertidos, ter dado um final feliz à noite coral.

Foi necessário o último minuto para tudo mudar. Bola de Raniel, na ponta direita, e gol de Bruno Moraes. Agora é esperar o último capítulo que será escrito no próximo domingo, às 16h, em Campina Grande, onde os últimos 90 minutos dessa decisão serão jogados.

FICHA DO JOGO

2 SANTA CRUZ

Tiago Cardoso; Vítor (Léo Moura), Neris, Danny Morais e Tiago Costa; Uillian Correia, Leandrinho (Bruno Moraes) e Lelê (Raniel); Arthur, Keno e Grafite. Técnico: Milton Mendes

1 CAMPINENSE

Glédson; Negretti, Joécio, Tiago Sala e Danilo; Leandro Sobral (Chapinha), Magno, Filipe Ramon e Roger Gaúcho (Fernando Pires); Raul (Jussimar) e Rodrigão. Técnico: Francisco Diá

Local: Estádio do Arruda, no Recife

Árbitro: Arilson Bispo da Anunciação (BA)/Nielson Nogueira Dias (PE)

Assistentes: Elicarlos Franco de Oliveira e Adailton José de Jesus Silva (ambos da BA)

Gols: Grafite, aos 29min do 1ºT; Tiago Sala, aos 26min do 2ºT; Bruno Moraes, aos 47 min do 2ºT

Cartões amarelos: Negretti, Tiago Sala, Jussimar (C); Uillian Correia (S)
Público e Renda: não divulgados.

Folha PE