O Sport fez um jogo seguro na maior parte do tempo, devolveu o placar de Campina Grande mas carimbou a vaga na semifinal da Copa do Nordeste ao bater o Campinense por 3×1 e fazer 4×2 nas cobranças de pênaltis. Diego Souza, com dois gols no tempo regulamentar e Magrão, com mais um pênalti defendido pelo Leão, foram os destaques nas duas fases da partida. Agora, os rubro-negros vão enfrentar o Santa Cruz na semifinal, com o primeiro jogo na Ilha do Retiro e o segundo no Arruda.
Três volantes e ofensivo?
Sim, se você desconstruir o conceito dos anos 80 de que volante só faz destruir. Ao acionar Fabrício no lugar de Everton Felipe, Ney Franco fez de Rithely o apoio que Diego Souza precisava. E, como será descrito a seguir, foi Rithely o arquiteto do bom primeiro tempo leonino. Rodrigo e Fabrício, além de liberarem o camisa 21 deram o suporte
necessário aos laterais quando o time da casa era atacado.
Início dos sonhos
Todo mundo sabe que quando se joga por um resultado, a melhor pedida é gol cedo. E o Sport conseguiu num belo lançamento de Rithely para Rogério. O atacante passou por Glédson e entrou com bola e tudo aos três minutos e quartenta e cinco segundos. O gol que tira a afobação de um lado e deixa o outro de orelha em pé.
Rithely infernal
Depois de jogar como o clássico volante armador, Rithely foi à frente trabalhar como meia. O resultado foi o mesmo: gol do Sport. Ele tabelou com Diego Souza, que entrou pelo lado direito cortando um adversário e batendo de canhota no canto direito de Glédson. Aos 17 minutos o time da Ilha marcava o gol que faltava.
Mexeu por atacado
Vendo a vaga ir embora tão rápido, Ney da Matta foi radical: mexeu duas vezes com Ronael e Fernando Pires nos lugares de Maranhão e Negretti. O Sport baixou suas linhas e manteve a posse de bola por mais tempo, ainda que sendo menos ambicioso ofensivamente. O Campinense tentava pelos lados mas com baixíssima eficiência. A rigor, acertou uma, quando Ronael cruzou da direita e Reinaldo Alagoano cabeceou meio torto. A bola passou pela frente da barra e Ronaldo Alves afastou no chutão.
Cochilou
O time que entrou ligado no começo do jogo voltou desligado para reiniciar a partida no segundo tempo. E pagou caro. Aos três minutos, Augusto fez grande jogada pela direita e rolou para Reinaldo Alagoano. Ele fez bem o pivô e rolou para Fernando Pires, livre de marcação, ajeitar e chutar rasteiro, no canto esquerdo de Magrão. O 2×1 era suficiente
para mandar a Raposa para a semifinal.
Acordou
Depois de cinco minutos de tontura com a possibilidade de eliminação, o Sport acordou. Mas foi preciso mudar também. Com uma cota de erros de passe acima do aceitável, Rodrigo deu lugar a Everton Felipe. Estava de volta o 4-3-3. Deu certo. Aos 14, André completou cruzamento mas bateu em cima de Paulo Paraíba. No rebote, Diego Souza mandou de bicicleta e fez o terceiro. Esse placar forçava uma decisão nas cobranças de pênaltis.
Tensão dos dois lados
Como o placar dava uma sobrevida a ambos, o Campinense não se atirou ao ataque pelo gol que daria a vaga. E mesmo jogando praticamente o tempo todo no campo do adversário, o Sport ficou com um pé atrás. Tanto que a última mudança de Ney Franco foi trocar um atacante por outro: Lenis na vaga de um discreto André. Mesmo assim, os rubro-negros pernambucanos tiveram pelo menos duas grandes oportunidades frente a frente com Glédson. A primeira com Diego Souza e a segunda com Rogério. Em ambas, o ex-goleiro do Náutico levou a melhor.
Penalidades
Na hora de bater pênalti o Sport foi mais eficiente. Ronaldo Alves, Everton Felipe, Reinaldo Lenis e o volante Fabrício converteram. Pelo Campinense, Osvaldir e Reinaldo Alagoano marcaram. Tiago Orobó parou nas mãos de Magrão e Joécio mandou para as nuvens
Sport: Magrão, Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Evandro (Raul Prata); Rithely, Rodrigo (Everton Felipe), Fabrício e Diego Souza; Rogério e André (Lenis). Técnico: Ney Franco.
Campinense: Glédson; Osvaldir, Joécio, Paulo Paraíba e Gilmar; Negretti (Fernando Pires), Mano, Augusto (Tiago Orobó) e Jussimar; Maranhão (Ronael) e Reinaldo Alagoano. Técnico: Ney da Matta.
Nordestão (quartas de final). Local: Ilha do Retiro, Recife (PE). Árbitro: Antonio Dib Moraes de Sousa (PI). Auxiliares: Mauro Cezar Evangelista de Sousa (PI) e Rondinelle dos
Santos Tavares (AL). Gols: Rogério, aos três; Diego Souza, aos 17 do primeiro. Joécio, aos três; Diego Souza, aos 14. Cartões amarelos: Evandro, Rithely, Rogério, Tiago Orobó, Osvaldir e Negretti. Público: 19.308.
Ne10