O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que um dos inquéritos abertos para investigá-lo, o que apura se ele recebeu propina nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, saia do âmbito da operação Lava Jato e ganhe um novo relator.
O atual relator do inquérito é o ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos da Lava Jato no Supremo, a quem caberá analisar o pedido.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu para investigar Cunha pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva com base nas delações premiadas dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia.
A suspeita é de que Cunha tenha solicitado e recebido do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca o valor de R$ 52 milhões para atuar para a compra, pela Caixa, de títulos emitidos pelo município do Rio para financiamento das obras.
Para os advogados, não há conexão entre o caso do Porto Maravilha e a Petrobras. Eles lembraram que em outros casos, mesmo quando as suspeitas surgiram no âmbito da Lava Jato, os processos foram redistribuídos e ganharam novo relator.
"Os fatos submetidos à investigação nos presentes autos não guardam nenhuma conexão com eventual favorecimento em contratos celebrados entre o denominado grupo de empreiteiras e a Petrobras. [...] Na corrente hipótese não se investiga nenhum contrato com a mencionada estatal, nem mesmo qualquer fato minimamente a ela relacionado", diz a defesa de Eduardo Cunha.
G1