Publicada em 16/02/2019 às 11h15.
Levantamento identifica pelo menos 51 candidatos 'laranjas' na eleição do ano passado
Esses são candidatos que receberam muito dinheiro público do fundo eleitoral, mas obtiveram poucos votos.

 

(Imagem: gráfico da TV Globo)

Um levantamento do Jornal Nacional, feito com base nas prestações de contas registradas nos tribunais regionais eleitorais, aponta que ao menos 51 candidatos a deputado federal e estadual podem ter servido na última eleição como laranjas para que partidos desviassem recursos do fundo eleitoral.

 

A crise política que envolve o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria Geral), sob ameaça de demissão, teve origem na denúncia de que, durante a campanha eleitoral do ano passado, quando era presidente do PSL, uma candidata do partido em Pernambuco recebeu R$ 400 mil em recursos públicos do fundo e obteve somente 274 votos.

 

O Jornal Nacional analisou dados de 24.765 candidatos a deputado estadual e federal. Foi feito um cruzamento de informações de quanto os candidatos receberam dos fundos e o número de votos que obtiveram.

 

O cruzamento foi feito criando um indicador de custo por voto – quanto mais dinheiro público os partidos tiverem repassado ao candidato e menos votos ele tiver recebido, maior esse custo.

 

Para um comparativo, nenhum candidato eleito em todo o país teve um custo por voto maior do que R$ 190.

 

O Jornal Nacional analisou as contas de candidatos que tiveram um custo por voto pelo menos dez vezes maior do que isso, recebeu recursos públicos e não foi eleito. São 51 candidatos, que juntos receberam mais R$ 8 milhões.

 

Esses 51 candidatos estão espalhados por 18 estados e 18 partidos.

 

Desses, 45 são mulheres. Isso é relevante porque o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que pelo menos 30% dos recursos do fundo eleitoral devem ser destinados a candidaturas femininas.

 

Financiamento de campanhas

 

O dinheiro público que financia as campanhas políticas vem de dois fundos:


· o partidário banca a estrutura dos partidos e também candidaturas e distribuiu R$ 888 milhões reais aos partidos em 2018.

· o fundo eleitoral, criado após a proibição das doações por empresas, deu mais de R$ 1,7 bilhão.

 

FONTE: G1.

 

 

 

 

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